quando ele cala...

Faz uns 20 anos da primeira vez, a primeira vez que soube/vi que o Sr. Tarot nem sempre quer falar, nem sempre quer TER algo a dizer.

Um primo que em seu tempo quis exercer a Taromancia, assim se entendia com o Tarot, de cara ao inicio da leitura nós [os consulentes] ficávamos com a respiração presa, sem saber se haveria fala ou não...

Comigo isso nunca aconteceu, mas suponho que hajam pessoas que já viveram isso, eu confesso, quando me acontecer será algo desconcertante, mas faz parte da nossa trilha.

Já me ocorreu sim, e mais de uma vez, ver/ouvir uma fala muito diferente daquela que o consulente emite, ou seja ver nas cartas uma outra pessoa, e não aquela que quer se mostrar ali, do outro lado. 

E isso de certa forma também é um silêncio, por que a comunicação surge truncada, você se pega entre a espada e a parede, afinal como irá você dizer ao consulente "olha nada do que você me diz, mesmo que pouco é verdade, e sei por que as cartas me falam de outra coisa"?

Há ciclos em que o Tarot quer calar, ou seja não quer conversar, apenas ser admirado, tocado, estudado, esses ciclos já passaram por aqui, minha casa. 

Há outros em que tenho a impressão que há uma festa aos gritos dentro das suas caixas, em línguas diversas, e pulo da cama na madrugada, me aproximando e tentando saber o que dizem, quem o diz, e apenas cessa o burburinho quando acerto a caixa e conversamos eu e ele, o  Tarot sem horas e limites... 

Quando o  seu Tarot cala?

Sempre grata,



Luciana