quinta-feira, dezembro 16, 2010

Meus Imperadores




Em base a uma proposta lançada pelo Chá de Tarot da Pietra, eis meus Imperadores...








Nesta sequência aparecem os meus mais antigos Imperadores, o tradicional de Marselha, com suas cores básicas, em posição de descanso, semi-descanso, pois aparenta estar apenas “encostado” no seu trono real. Segurando firmemente seu cetro coroado por uma cruz, o que evidencia seu reinado sobre todas as coisas, incluso a Igreja. Ele olha distante o que ainda está por vir.

Em baixo vem “O Principe” correspondente ao Imperador no Tarô das Ervas (que me foi presenteado pela Kytanna); ele é em si o Abeto. Ao invés de olhar na mesma direção que o de Marselha, este Senhor olha o futuro, com semblante serio usando como coroa folhas de Louro, também presentes em suas vestes. Além do cetro em mãos (na mão esquerda) ele descansa a mão direita sobre a empunhadura da sua espada.

A seguir aparece o Rei Arthur, o Imperador do Tarot Celta, que encara meio que de lado ao oraculista ou ao consulente (?). Seu traje reluz, usa uma armadura medieval pesada, assim como uma coroa prateada com detalhes em veludo rubro... O que indica quiçá, que este Imperador seja duro ao mesmo tempo em que zela pelas emanações do coração...

Ao seu lado, Zeus, em seu trono sentado de frente para o oraculista. Olho no olho. Do Tarot Mitológico. Com vestes púrpura, sentado no topo do mundo, de onde tudo vê e comanda. Em suas mãos o mundo, tal como ele é. E os raios, com o poder de modificar ou destruir de acordo ao Seu desejo.  Sobre seu ombro direito descansa uma ave, uma águia que perscruta o horizonte e transmite ao seu Senhor o que há mundo afora.

Logo acima Dele, temos o Imperador do The Golden Tarot (este novo na minha coleção, presente da minha filha Alícia). O piso indica puro racionalismo, necessidade de ter cada coisa em seu lugar e aos olhos. Sentado com o olhar meio que distante, parece apreciar o que está sob seu domínio lá fora, após as colunas greco-romanas que emolduram uma árvore (penso que seja uma oliveira). Em mãos uma esfera dourada, e um cetro de pequeno porte. O corpo todo coberto pela dura armadura cinza. O que me fez pensar que pela postura, a qual indica certo cansaço, ele está prestes a qualquer momento enfrentar batalhas.








Nesta sequência temos o Imperador do Housewives Tarot, cujo rosto se assemelha muitíssimo ao semblante de Adolf Hitler, e que com um meio sorriso também encara de frente ao oraculista. Seu corpo manifesta mediante a iconografia das latas de alimentos, o sucesso em cada empreendimento grandioso iniciado. Fora ser a lata central se lida detrás para frente uma clara mensagem “eu decido tua rota”. De forma que alimenta seu império e seu poder.  Corado por um chapéu de Mestre Cuca/ Chef de cozinha, mostra com isto a habilidade que possui para lidar com “n” ingredientes que até ele possam ter a sorte de chegar, tornando-os o que ele deseja sejam. Controle total.

El Emperador do Napo Tarot, é para mim sui generis... Pois as cores que emprega em seus trajes lançam uma informação de transmutações, mutações, em vista de ser a cor roxo-púrpura a que isso indica... Dos seus olhos uma luz a modo de lanterna mira seu lado esquerdo, aquele da lógica; em mãos um globo/mundo a altura da sua cabeça, o que indica que este Imperador não se perdeu no Ego que advêm do domínio sobre o mundo. O cetro descansa em sua mão direita e um pouco no seu colo.  Tal vez indicando que não lhe é imperativo proclamar suas ordens e sim fazê-las valer mediante a influência que exerce nos seus súditos, isto eu derivo da presença do elemento Ar em sua coroa, plumas azuis-esmeralda tomam o topo dessa coroa.

Em forma circular o Imperador do Motherpeace Tarot, se apresenta como um Rei de possível origem etrusca, ou minóica, descansado, sem premências, tal vez muito satisfeito com a fartura que sua corte pode desfrutar. Ao fundo alimentos em profusão. Braços cruzados sob o peito parece apenas estar em espera. Quiçá por não ter muito que fazer, por estar inserido numa cultura matríztica.









Aqui, L’Imperatore, do Tarot de las Hadas (LoScarabeo). De maneira displicente, demonstra um ar bonachão, de bom vivant, permeado de fartura material, e proteção do reino animal. Ao mesmo tempo em que sugere estar por demais assoberbado com o tamanho do seu trono/reino, e a disposição da sua pesada coroa, mostra certa displicência/condescendência para com a labor de ser um Imperador.  Um ovo Fabergè aos seus pés sinaliza de forma nítida o potencial que mora em tudo o que pode vir a ser, de acordo ao seu desejo/comando.

The Emperor do Halloween Tarot, transmite solidez, força um tanto rude e bruta, mas força, as paredes e assento de pedra, imprimem também a sensação de permanência, mas também de frieza, de algo duro e difícil de moldar. O vaso com a flor, cultivada no seu cérebro, indica que a mente aqui está distanciada do corpo, das necessidades físico-emocionais. A flor sugere entre tanto, que pode haver ainda um resquício de emoção ali. O gato preto sobre seu ombro esquerdo serve como elo para com o mundo das intuições, dos insights, das mensagens além mundo concreto... Considero esta lâmina  por demais rica em entendimentos e interpretações.

Do Radiant Rider-Waite Tarot, o que opino mais se aproxima do clássico original, se mostra um Imperador distante, solitário, não mais atento a lutas e rixas, mas detendo o poder presentes no cetro dourado e no globo em mãos. Aríetes incrustados em seu trono denunciam que outrora (em vista de parecer já idoso), nada o impediu de conquistar, invadir e ultrapassar qualquer entrave ao seu passo.

Do apaixonante Paulina Tarot (estou em lua-de-mel com ele!) um Imperador Dourado, reluzente e cercado por todos os elementos harmonicamente nos olha, em posição ereta, de pé.  A sua postura transmite leveza, sedução, mas não uma sedução escancarada, e sim aquela que sutilmente nos envolve. Ao seu redor o mundo parece fazer festa em sua presença, parece inclusive que o próprio Sol o coroa... Seus olhos fixos, e diretos dizem “não tema, tudo tenho sob controle, inclusive você”...








Davide Corsi extrai da obra de Brian Stoker,”Drácula”, o Drácula em si como Imperador, no Tarô dos Vampiros... Ser nocturno, soturno, encarnado no cinema pelo carismático Gary Oldman, aparece aqui em sua forma quase-humana, homem jovem, ágil, taciturno e calmo.  Suas mãos descansam placidamente sobre seu cetro. A luz da lamparina indica que não lhe é necessária qualquer luz, pois aprendeu a dominar e comandar mesmo nas mais inusitadas situações, o que o torna quase que onipresente.

Do Revelations Tarot, com seu lado espelho, em imagem fractal, domina uma esfera dourada que pode ser compreendida tanto como o Sol, como o Mundo. A detém sem muito esforço, apenas pousando sua mão direita sobre ela. Sua figura causa a impressão de ser gigantesca, o que lhe insere o valor de domínio alçado à sua quintessência; da sua coroa se desprende um objeto espiralado muito semelhante à cauda de um Pavão Real, isto indica que este Imperador se gaba dos seus feitos, é um Rei necessitado de feitos cantados por outros, e de posses materiais que concretamente digam quão grande é o seu poder.

O Imperador do Tarô Dourado de Boticelli nos proporciona a imagem de um Rei tipicamente medieval/ renascentista, em plena transição, com um olhar muito “blasé” denotando um não esforço - fazer pela conquista do lugar que ocupa. A espada que segura com a mão esquerda, quase resvalando sobre seu próprio pé acusa o perigo que ele mesmo representa para si.  O trono aqui implica uma moldura quase encarcerante, como se este Rei de fato fosse refém do seu destino, um refém sem muita força de vontade. Em suma, para mim, este Imperador carece de qualquer positividade e ação que deve ter e demonstrar um Imperador.

Do Shadowscapes Tarot, surge um Imperador de antiga estirpe, quiçá tão antiga e milenar como possa ser a Terra. Seu corpo se mescla com as raízes das quais ele é moldado, como se fosse uma extensão viva da Mãe Natureza. Por isto passa a ideia de algo perene, sábio, forte e em constante expansão. Da sua coroa em forma de longos chifres, aparece dependurado um pequeno amuleto anciente, uma cruz egípcia, a cruz ansata, aquela que abençoa com a eternidade a quem a detêm ou a quem concedeu longevidade, seja em feitos, em vida humana, ou em extensão de lembranças. Em suas mãos mais do que protegido, permanece o mundo, suspenso, esperando que este Imperador seja eterno, e assim o mantenha em ordem.






O Tarô da Deusa Tríplice oferece um ser assexuado, que apenas pela sua figura quadrada, e pela sua numeração indica ser o Imperador. Aqui permanece de olhos fechados, como se sabedor de que tudo o que o cerca em paz está, por ter ele de forma justa e efetiva, gerido bem seu mundo. Sob a cabeça no lugar de uma coroa, ele sustenta com ambas as mãos uma ânfora. Que, suponho eu, esteja repleta de coisas/feitos/materiais que permitam sua função de Rei.  Aos seus pés um caminho vermelho que remete à sua ancestralidade centrada na mulher, de onde nascem esfuziantes e gigantescas flores, assim como uma profusão de folhagens, denotando a fertilidade do seu solo, e o poder de prover seu povo sempre.

Este garboso Cigano do Tarô da Tribo Cósmica, quiçá não deveria ser elencado como um Imperador, mas a meu ver, ele ao seu modo o é.  Similar a um pirata, ele anuncia movimento, proteção, agilidade, presteza e força. Em atitude de defesa/ataque, empunha sua adaga, e carrega sua capa.  De frente para a vida, ele jamais hesita, e impõe seus planos e traçados onde surge.






No Tarô das Bruxas, da Editora Além da Lenda, o Imperador é um viking. Tendo ao fundo um bosque gélido, com secas ramagens, ele empunha sua espada e seu escudo, dando a impressão de ser um instantâneo dele em plena rixa campal. Mostrando que seja qual for o tempo, a situação, ele nada teme e tudo encara. Sem meios termos ou dubiedades. Batalhando lado a lado com seus súbditos/parceiros, sem privilegiar se do seu status.  Em seu peito uma medalha com um Triskle, remetendo-nos a idéia de um império onde a fêmea deve ser ouvida.

E por ultimo o Imperador do Nei Naiff. Muito semelhante ao do de Marselha, difere daquele pelo tom das cores, muito mais radiantes e vívidas. Pelo fundo ouro que infere à lâmina o signo da riqueza material. De forma despreocupada, mas mantendo uma postura firme e sólida, ele aguarda. E mantém sob seus olhos tudo aquilo que o cerca.



Grata sempre,

Luciana Onofre

3 comentários:

  1. E é isso que somos imperador: pequenos lapsos perdidos... será mesmo que tu colocas ordem em nossa vida, ou é a desordem que foge à tua natureza de ordenar que te coloca ordem ? Que serám, meu caro Imperador?

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  2. Adoro Imperadores... adoro a ideia de criar uma nação... de saber organizar. É por isso que Zeus é Pather não é padrasto =)

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Sibile...

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